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Na 6ª edição do Mondial du Fromage, realizada em Tours, na França, o Brasil alcançou um impressionante total de 82 medalhas, incluindo 1 super ouro, 17 de ouro, 23 de prata e 41 de bronze.

A palavra francesa “terroir” descreve as características únicas de um produto devido à região em que é cultivado. Fatores naturais, como solo, vegetação e clima, têm um impacto significativo no produto final, seja vinho ou queijo. Embora a França seja frequentemente associada a esse termo, o Brasil também tem se destacado em competições internacionais, representando várias regiões do país, incluindo Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pará, Ceará, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.

O grande destaque foi o queijo brasileiro Caprinus do Lago, feito de leite cru de cabra, produzido pela queijaria Capril do Lago, localizada em Valença, Rio de Janeiro. Este produto singular foi o único não europeu a figurar entre os dez melhores do mundo, ao lado de queijos suíços e franceses.

O queijo vencedor é um tipo de pecorino, feito com leite de cabra cru, com massa cozida e maturado por um ano. Fabrício Vieira, proprietário da Capril do Lago, é a quarta geração de sua família a se dedicar à produção de queijos, mas foi o primeiro a se especializar no uso de leite de cabras.

Neste ano, mais de 1,64 mil queijos foram avaliados por 250 jurados de diferentes países, incluindo 288 queijos brasileiros. Para transportar esses produtos até a França, foi necessária uma logística incomum, com os queijos sendo enviados em malas de turismo. Devido às restrições de importação de produtos de origem animal brasileiros pela França, essa abordagem não convencional foi adotada, uma vez que os queijos não seriam comercializados no país europeu, mas apenas participariam da competição.

Esses queijos chegaram à França em malas extras transportadas por 35 produtores, além de autoridades fiscais brasileiras e políticos que estavam participando de uma visita a queijarias francesas organizada pela associação SerTãoBras. Embora a intenção não seja transformar o Mondial du Fromage em uma competição de queijos brasileiros na França, essa conquista demonstra que o Brasil está conquistando seu lugar no mundo do queijo, mesmo que a palavra “terroir” seja de origem francesa.